sábado, 20 de maio de 2023

Registro 035

26/09/22

Acordei e estava lá na horta, Physalis, dentro de um repolho. O menino é lindo e não pisca os dois olhos simultaneamente, o que acentua a heterocromia de seus olhos. Julgam-me doida, dizem: “Physalis é fruta, não menino”. E eu ganho as discussões porque lembro a todos que o repolho era meu, o nome, o menino, a ideia. Ninguém manda em quem não sabe de nada, por isso só os malucos são livres, e os sitiantes, os que plantam coisas, sonhos em geral.

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Sobre inspirações ou tristezas


É como se fosse

Preciso vomitar

Parir, tirar de mim

Expelir de fato

Um cálculo

Matemático ou renal

Abstrato ou real

Uma pedra, um filho

Alguma coisa de peso

Sem peso, uma pena

Um poema

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Infinitas


Sei que pareço louca

De loucura entendo bem

Pra cada ideia torta dita

Outras muitas, infinitas

Que não conto pra ninguém.


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