26/09/22
Acordei e estava lá na horta, Physalis, dentro de um repolho. O menino é lindo e não pisca os dois olhos simultaneamente, o que acentua a heterocromia de seus olhos. Julgam-me doida, dizem: “Physalis é fruta, não menino”. E eu ganho as discussões porque lembro a todos que o repolho era meu, o nome, o menino, a ideia. Ninguém manda em quem não sabe de nada, por isso só os malucos são livres, e os sitiantes, os que plantam coisas, sonhos em geral.
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Sobre inspirações ou tristezas
É como se fosse
Preciso vomitar
Parir, tirar de mim
Expelir de fato
Um cálculo
Matemático ou renal
Abstrato ou real
Uma pedra, um filho
Alguma coisa de peso
Sem peso, uma pena
Um poema
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Infinitas
Sei que pareço louca
De loucura entendo bem
Pra cada ideia torta dita
Outras muitas, infinitas
Que não conto pra ninguém.
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