quarta-feira, 17 de maio de 2023

Registro 010

Sobre o Rock

Quem não gosta, não é? De um belo e bem feito rock'n'roll! Mas ninguém parece gostar mais que Lara, só os gênios do gênero que já bateram as botas - o que me faz temer por ela, que talvez morra cedo, e de qualquer coisa. Lara morrer seria uma pena, não apenas para mim, que a amo e cheiro de perto, mas para o mundo como um todo. O peso a menos de seu corpo faria menor o planeta inteiro e toda a humanidade - e que a física discorde, tanto faz! É assim que vejo e sinto, é assustador até vê-la no palco às vezes, se Kurt Cobain não tivesse morrido em 94 eu suspeitaria de uma reencarnação do rapaz. Lara nasceu em 85 - e todos sabem, ou supõem, pelas tatuagens “1985” nos dois pulsos. “Nasci no auge dos anos 80, baby, isso explica tudo!”, ela diz. Lara é linda chutando a guitarra e gritando com os olhos abertos que todos deveriam se foder, a platéia, a população mundial, eu inclusive; Lara é linda se jogando no chão do show. Todos são arrebatados, eu sou arrebatado. Mas para algum lugar da existência que me dá mais angústia que paz - onde não há problema, pois eu entendo de angústias, eu sinto a náusea, eu sou de carne. Eu sou de carne e sofrimento, mas não tanto. Sou do samba, Lara também, mas não tanto, ela é de carne e euforia, e não só, Lara é de fúria e dor, e revolta, e razão. Lara é de carne mesmo, e beleza - viva, humana, quente e eterna!


21/03/22

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