Minha Lara Lee
Lara demonstrou insatisfação e eu, em resposta, raiva. Foi aí que começou. Depois de algumas horas, em que já estávamos há outras tantas desperdiçando saliva, amor e fôlego, gritei: “Isso, Lara! Enfia as fotos no cu e se mata!”. Foi aí que tudo terminou. “Eu vou embora, Beto.”, ela disse, e foi. Dormi e acordei pensando que Lara tem razão, sou egoísta, soberbo e hipócrita. Depois de uma traumática madrugada passei o dia num estranho estado de graça, educando meus demônios com sabedorias alheias e, ao entardecer, demonstrando ser muito melhor que eu ao perdoar o imperdoável, Lara apareceu com a guitarra nas costas, bêbada, molhada, cantando:
“Ela não fala comigo, doutor, quando ele está por perto
É um menino tão sabido, doutor, ele quer modificar o mundo
Esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow”
Eu gosto dela…
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