quarta-feira, 14 de julho de 2021

Sobre amar e morrer

Queria amar todos os meus amores de uma vez. Mas não há corpo que aguente, nem espaço, nem tempo. Preciso então amar um de cada vez. Alguns mais, outros menos, amores cotidianos e eventuais, anuais, os de decênios e os momentâneos, os instantâneos… esses instantâneos têm algo a ver com os cheiros. Somos animais e é tão bom ser um animal humano, racionalizar a sensibilidade e seus objetos - que delícia!  O chato é nos saber finitos... grande tristeza na verdade. Mas o que não tem remédio, remediado está.

Sei que tudo passa e por isso amo como quem se despede. Finjo tranquilidade. Mas às vezes, por descuido ou acaso, esqueço de aceitar que tudo acaba… e das minhas profundezas emerge aquele desejo mórbido de eternidade.


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