quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Sobre o meu personagem

A incerteza é um traço do meu personagem. Desde os sete, quando comecei a morrer, não sei quem sou, não sei quem sou nem o que quero. Desconheço meus pontos de partida e chegada - não sei de nada; e não é fácil ser assim. Porque é difícil e penoso ter de explicar, o tempo todo, as razões pelas quais não entendo. Mas me sinto schilleriana, levo a sério o jogo e por isso, às vezes, sou obrigada a repetir (em sofrimento) que metade do que digo é brincadeira e a outra metade é mentira.
Seja bem-vindo, amor, ao meu inferno! Não quero dividir a vida, que já parece tão pouca. Aconchegue-se! Sirva-se à vontade, beba meu veneno, engula meus espinhos - venha morrer comigo!

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