Felicidade
singular é a Contemplação. É um tipo de felicidade que não se compartilha, como
que uma felicidade solitária. É preciso silêncio para que aconteça tal
felicidade, um silêncio interno que permite escutarmos o mundo, sua música soa trazendo
calma e nossas almas se tornam capazes de enxergar o sublime.
Sublime!
Que palavra cara, o pingente de ouro dentre as nossas invenções conceituais, em
minha opinião. Sublime, uma beleza feiticeira, intocável... Está na grandeza do
abismo, na vulnerabilidade de um bebê dormindo, na lentidão aparente das
nuvens. Diante do sublime o intelecto se desarma e finalmente descansa, como se
tamanha beleza não carecesse de alguma explicação.
Felicidade
inocente, então, é a contemplação. Sem ciência, desprovida de teoria, objeto que
a razão é incapaz de alcançar; a razão o percebe mas não o alcança, não
consegue pega-lo em suas mãos para despedaça-lo, reconstruí-lo e assim
entende-lo, tal objeto escapa de nossas capacidades, é maior que tudo quanto
nossas faculdades são capazes de abraçar.
Contemplação
é regozijo da alma e inocência é condição para isso. Os humanos erram em
estruturar suas concepções de felicidade sobre os instáveis terrenos do
intelecto uma vez que este não é capaz de entender a razão do belo. A beleza,
mesmo incompreendida, nos move, nos atrai, nos amedronta e inspira.
Mesmo
sendo um desconforto saber os limites da nossa razão, saber que é pequeno o
nosso tamanho, de alguma forma, isso é bonito. Enxergar nosso tamanho nos
permite um lugar no mundo, tudo que existe precisa de um espaço. A beleza
tecnicamente não existe, ela é como algo que transita pelos espaços vazios do
universo, contorna os objetos e os ascende às vistas de nossas almas
desprovidas de retina. Quando a alma enxerga o mundo, o contempla e é feliz.
Selmy Menezes.
Eu já disse e repito aqui: gosto de te ler!
ResponderExcluirQuando virá me visitar? Beijo
quando eu puder vó, irei sim, com toda certeza! beijos!
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