“Ele é meu
filho.” Ele disse. E levantou-se da
grama pra chegar mais perto da jabuticabeira. Olhando pra cima e notando um
Sangrim , assobiou o canto certo e o passarinho que dormia tranquilo acordou
desconfiado. Olhando de lado, o passarinho ficou a pensar se daria atenção pra
um humano que tentava falar com ele, aparentemente seu raciocínio duraria a
eternidade, seu pai então desistiu de se comunicar, “afinal- disse ele- tem o
pedaço do canto que eu não consigo imitar”. Durante um tempo o passarinho ficou
a fitar seu pai à espera de uma nova tentativa, mas sem mais assobios, o
passarinho voltou a dormir em paz, protegido, quase escondido, em cima do galho
recém podado.
O
passarinho despertou lembranças. Uma bela, longa e apaixonada fala sobre pássaros.
Não pássaros de qualquer lugar, de qualquer árvore, falou bonito sobre os
pássaros que num passado visitavam com frequência seu quintal. E não o
visitavam à negócios, iam por prazer, pelo prazer de cantar. Seu pai os atraia
com assobios... Mas claro que nunca seu pai esqueceu e nem se esquecerá de nos
trazer os petiscos, e por força do habito oferecia quirelas de milho num
coxinho dentro de uma gaiola aberta, por um passadiço os pássaros entravam e
saiam da gaiola, felizes e cantantes, satisfeitos e acima de tudo livres.
Nunca seus
discursos terminam vazios, por fim, ele disse:
- Por isso
tudo, eu queria ele aqui.
Tranquilo e
paciente calmamente sentou-se novamente junto a mim na grama. “Eu quero que no
futuro ele me escolha”, seus olhos carregados de saudade compartilharam comigo
o amor que sente por você. Não pude deixar de abrigar em mim também esse tão
sincero amor. E ele continuou, “ quero contar-lhe uma história, e depois outra
e outra, e por fim contar tantas e tantas histórias de saudade que assim ele
entenderá o quanto senti sua falta, entenderá o quanto tenho pra contar, pra
ensinar, pra mostrar, entenderá o valor de ser um filho, não um filho qualquer,
um filho meu.”
Eu, que entro
na história não sei se como narradora, se como personagem, se como mãe, não
sei, entro como alguém que precisa escrever para que num futuro leias o amor de
seu pai, que é imenso, único, e exclusivamente seu.
Nesse quintal
que lhe anseia, eu e seu pai compartilhamos a vida, e ao falarmos de mim, dele,
de nós, você surge, e é importante.
Um abraço meu, que nunca te vi.
Selmy Menezes.
24/04/2013. 20:31h.
Que Lindo!!! Um dia ele Vai gostar muito de vc...
ResponderExcluirMaravilhoso! Lindo texto. Me emocionou|-)
ResponderExcluiroii gostei do texto fazia tempo que eu nao entrava aki eae esta td bm com vc trocoou no numero do cel neh tentei te ligar uns tempos atras toh com sdd da minha filha a ada tb qria mto q ela me visita se kkk boa sorte ai bjo
ResponderExcluirSelmyzinha, gosto de ler você! Beijo com saudade!
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